#Coluna do Nobre: Drug Parte I (Capítulo 3)



Beatriz

E eu aqui cantando para Alexandre novamente, gosto de cantar para ele e ele gosta de me ouvir cantar. Estou tão conectada na melodia que os que ouvem choramingão em silencio ao ver algumas gotas de lagrimas saírem dos meus olhos também. Escolhi a musica He Won't Go da Adele irei provar meu inglês a primeira vez. Acho que esta dando certo. A musica começa a tocar finalmente, Alê como da ultima vez fica anunciando sua garota como uma estrela.
“Alguns dizem que eu ficarei melhor sem você, Mas, eles não te conhecem como eu, Ou pelo menos como eu achava que conhecia”. Alexandre senta e toma mais um gole de vinho. “Eu não posso suportar esse tempo, Ele se arrasta enquanto eu perco a cabeça, Lembrado pelas coisas que eu encontrei, Como notas e roupas que você deixou para trás, Me acorde, me acorde quando tudo acabar, Eu não me levantarei até que esta batalha esteja ganha, Minha dignidade se desfez”. Um garçom oferece mais vinho e agora ele pede para encher o copo inteiro. Todos aqueles olhares de pombinhos apaixonados me faziam morrer por dentro. “Mas eu não irei, Eu não posso fazer isso sozinha, Se isto não for amor, então o que é? Estou disposta a assumir o risco, Eu não irei, Eu não posso fazer isso sozinha, Se isto não for amor, então o que é? Estou disposta a assumir o risco”. Aquela fumaça de memórias ruins invadiu minha mente causando tristeza, talvez ele não entenda porque estou cantando está musica entre outras lindas da Adele, mas eu queria dizer algo para Alexandre. “Petrificada, estou muito assustada para entrar nessa viagem, E se eu perder meu coração e declinar? Eu não me perdoarei se eu desistir de tentar, Eu ouvi a voz dele hoje, Eu não sei uma única palavra do que ele disse, Nenhuma semelhança com o homem que eu conheci, Ao invés disso, apenas um garoto vago quebrado”. Ele sabia que estava errando comigo, seus olhos afundaram ao começar a entender o que eu estava dizendo, para os que não entendiam inglês estavam achando bonito, para os que entendiam sabiam o que essa musica queria dizer e para quem eu estava direcionando essa musica observou como algumas lagrimas escorriam. Eu queria provar o que afinal? Que eu estava certa desde o inicio sobre Alexandre, certa que o amor é uma droga. “Mas eu não irei, Eu não posso fazer isso sozinha, Se isto não for amor, então o que é? Estou disposta a assumir o risco, Eu não irei, Eu não posso fazer isso sozinha, Se isto não for amor, então o que é? Estou disposta a assumir o risco”. Alexandre estava cobrindo a cabeça com os braços apenas ouvindo… “Haverá momentos, Que nós tentaremos e desistiremos, Arrebentando as costuras, sem dúvida, Nós quase desmoronamos, então queimamos as peças, Para vê-las virarem pó, Mas nada nunca vai nos contaminar, Eu não irei, Eu não posso fazer isso sozinha, Se isto não for amor, então o que é? Estou disposta a assumir o risco, Eu não irei, Eu não posso fazer isso sozinha, Se isto não for amor, então o que é? Estou disposta a assumir o risco”.
Alexandre estava me ouvindo terminando a relação cantando, sabe muito bem que as drogas estão nos afastando, às vezes ele se esquece de mim e me pergunto será que ele saberá quem eu fui quando for livre de tudo?
“Ele vai, ele vai lembrar de mim? Ele ainda me amará, mesmo quando for livre? Ou ele voltará ao lugar onde ele escolheu o veneno além de mim? Quando nós nos falamos ontem, Você disse para prender a minha respiração... sentar e esperar, Eu estarei em casa logo, eu não me atrasarei, Ele não irá, Ele não pode fazer isso sozinho, Se isto não for amor, então o que é? Ele está disposto a assumir o risco”.
Ele acha que é fácil vê-lo desmaiar de tanto beber, vê-lo magro deste jeito com um baseado pendido no canto dos lábios rachados, sempre. Não é fácil pra mim ver tudo desmoronando. Quero que me entenda Alê, não me fará bem terminar com você isso me destruirá. Você vê escolhas, se depender de mim tem, mas e você?
“Então, eu não irei Ele não pode fazer isso sozinho, Se isto não for amor, então o que é?” Quer saber meu amor eu abro mão da minha paz para te ajudar, porém precisa começar a partir de você. Não irei mais terminar com você, doeria muito. Eu continuaria em frente. Viveria só que não seria a mesma.
Alexandre levanta da cadeira com os olhos secos, paga o restaurante, coloca seu casaco, pega minha jaqueta e trás até o palco com um sorriso suavemente amarelado pela maconha. Me beija com uma paixão nunca antes sentida. Sim, ele captou o que eu quis dizer. Será isso bom?
“Nós estamos disposta a assumir o risco, Porque ele não irá, Ele não pode fazer isso sozinho, Se isto não for amor, então o que é? Nós estamos dispostos a assumir o risco, Eu não irei, Eu não posso fazer isso sozinha, Se isto não for amor, então o que é?”
Ele me olha causando alivio e êxtase ao mesmo tempo. Uma adrenalina inigualável. E sinto que sim…
“Estou disposta a assumir o risco”.

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