#11 Coluna do Nobre: Bons meninos são maus (ÚLTIMO CAPÍTULO)
Último capítulo. Aproveitem!!!!!!!!!
Foi meu pai que passou naquela poça d’água sem querer no dia que te conheci. E você gritou para ele ter apendicite. Que insano. Eu sabia quem era você, antes de mudarmos meus pais participaram das reuniões e sua mãe contou um pouco sobre você já que eu precisava ter um novo amigo. Nunca fui tão boa para me apresentar. E Alexandre o grande apareceu do nada se oferecendo para levar algumas bolsas. Seu cabelo encaracolado estava ensopado e como tremia. Pele branca. Sua barba estava por fazer, mas lhe caia bem. Sem graça sorri ao olhar para minha boca. Ele sempre olhava para minha boca. Às vezes ele ficava perdido olhando para meus olhos. Menino bobo e essencial. Sentia-me desejada por ele. Sem ao menos conhecê-lo. Só que não podia misturar as coisas então parei de tentar ser sua amiga, de repente, do nada ele toca minha campainha me chamando para piscina. Eu precisava estrear aquele biquíni. Descemos as escadas porque o elevador estava em manutenção esses dias.
Seus braços eram definidos e tinham algumas sardas no peitoral. Nascera pra ser encantador.
Lá embaixo apostamos corridas e contei a história do biquíni. Ele riu até chorar. O achei fofo. Só que tinha medo do jeito cafajeste de Alexandre. Um pouco agressivo. Ele era um tipo de vagabundo certo. Até que abriu a boca para contar sua historia de ex-amores. Vi quem era. E percebi que estava me jogando na toca dos leões. Encruzilhada na certa. Desisti desta loucura, mas ele me provocava tanto. Por momentos me peguei desejando beijar a boca dele. Era pequena. E seu sorriso era suavemente amarelado.
Para se desculpar me levou numa festa irada, não consegui disfarçar meu lado mulher e o desejei. Rolou. Rolou o que não era para rolar. Somente amigos!, lembra? Sim, obvio que não lembro. Que boca. Que beijo. Que braços fortes. E que abdômen. Era a fortaleza perfeita para me proteger. Eu precisava de Alexandre mais tinha medo dele. Foi um beijo de perder o ar e de se estar flutuando por cima das nuvens. O som da festa parou. As luzes se apagaram. O tempo parou. E tudo ao nosso redor era preto e branco. Eu só o enxergava. Sua língua preenchendo nosso beijo. E suas mãos firmes me segurando pela cintura levemente. Ele era o vagabundo que eu precisava.
Até que decidi jogar sinuca com ele e descobri um lado negro de Alexandre o Grande merda. Mesmo depois de me fazer gostar dele no karaokê, depois do cinema, de andar por Copacabana e cantar uma musica ao vivo por ele. Ele quis me mostra algo que jurava existir mais negava para não desistir dele.
Exasperado ele corre atrás de mim, mesmo depois de levar uns belos tapas, exasperado me quer, mas seu orgulho é maior que eu e isso não aceito.
***
“Atira”. Ele estava tremendo. Minhas lagrimas não paravam de rolar. “ATIRA!”. Gritou. Disse com desdém: “Seu babaca, essa arma é de brinquedo”. Ele sorri. E sente dor. O levanto e o levo para o hospital. Dirijo o carro como se estivesse dirigindo minha vida, não ligando a seta, acelerando de mais, freando de menos. Eu não pensava em nada. Um som oco e seco consumia minha mente fazendo tudo sumir, estava em plena confusão. Um colapso.
Chegando ao hospital Alexandre fez exames. Não tinha quebrado nada mais fraturou uma costela. Alê mesmo ferrado não deixava de ser babaca.
O levo para casa e subimos de elevador — já tinha passado pela manutenção —, no sexto andar o ajudo levando-o para sua cama. A mãe de Alexandre estava viajando a negócios pela empresa. Ele estudava para o concurso publico. Meus pais trabalhavam no hospital da cidade. Estávamos sozinhos. “Perdão, eu não queria causar essa confusão”. Ele sorri. Alexandre coloca um pijama de Lanterna Verdade liga o ar condicionado e se ajeita no travesseiro. “Eu te machuquei Beatriz, tudo foi minha culpa. Você é uma menina dos sonhos e eu fui um otário… como sempre”. Ele se cobre no edredom. Vou ao banheiro lavo o rosto. Paço meu batom. Tranco a porta da sala. “Eu te amo Beatriz saiba disso”. O beijo, não como na festa, mas com suavidade. Deito ao seu lado Alexandre ajeita o travesseiro para nós dois, me cobre, faz carinho nos meus cabelos e dormimos juntos. Pergunta, porém não respondo: “Você sabe disso, né?”. Silencio.
Eu sei meu amor. Eu sei…
***
— Bom dia. — Acordo vagarosamente no quarto dele, no criado mudo tinha uma bandeja com um belíssimo café da manha. Seus cabelos estavam penteados para trás.
— Alê, não precisava.
— Precisa, sim. Eu quero o melhor para meu amor.
— Já disse que precisamos ir com calma. Não disse?
— Disse? Acho que não.
— Idiota.
Eu estava com sua blusa do Batman e sua meio amarela nos pés. Ele se alimentava junto a mim, tacávamos uvas para cima e tentávamos pegar com a boca. Um foi no meu olho e outras duas no meu peito. Ele sempre conseguia acertar direto na boca. Estávamos tão felizes com essas idiotices.
Ele estava com os braços sobre a cabeça e pés entrelaçados, deitamos juntos e ficamos olhando para o ventilador de teto girar e girar. Seu peitoral era maravilho e quente. O tempo é agradável ao lado dele, contou sua medíocre historia de amor disse-me coisas que parei para pensar.
Alexandre era um cara normal, o famoso nerd, nada favorável e tudo contra. Conheceu uma menina e ela obviamente quis ser sua amiga. Ficou com ele por aposta — que vagabunda. Mais não deixou barato Alê se cuidou cresceu. Viu que sendo bom era otário e sendo mau era vitorias invictas. Maus meninos são o que elas gostam. Bons viram brinquedos. Todos têm um lado B. Você não é você verdadeiramente 24h (vinte e quatro) horas por dia. Bons meninos são maus. Sua teoria ridícula me fez rir, porém me fez pensar. Mesmo sendo ótimo comigo ainda sei que o cafajeste esta nele. Bons meninos são maus. Nada disso que ele disse fora mentira.
Eu o beijo primeiro, sua língua preenchia todo o espaço. Estávamos quentes pegando fogo. E. Sozinhos.
Sentia-me segura. Antes no inicio eu só queria dizer: “Ola, vizinho”. “Oi como você é atraente”. Você se pergunta e eu sei qual seria a resposta mais deixo você ter esse doce. Quer saber se eu queria possuí-lo. Estamos pegando fogo afinal não tinha nada a perder só a ganhar.
Se eu quero possuí-lo agora?
Sim, talvez.
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