#Coluna do Nobre: Romeo (Capítulo 2)
Acompanhe Flora e sua busca do rapaz da livraria no segundo capítulo de Romeo 💟
O livro a obrigou desconstruir todo o muro que construiu em volta de seu coração não permitindo amar ninguém além de si própria. Todo esse mundo em que optou viver desencadeou um sentimento diferente já conhecido, sua primeira paixão literária foi àquele personagem, quem leu e analisou percebeu que ele se desconstruiu por ela e ela o refez. Refez por entender que dificilmente homens largam seus orgulhos e seus egoísmos para se tornarem melhores, poderia desistir por saber que seus pais não aprovavam seu relacionamento por conta do mal falado, mas tinha uma visão única dele como se fosse um veneno que ultrapassava todo seu ser e o enfraquecia.
Flora voltou na biblioteca do bairro vizinho para pesquisar mais sobre o autor que a fez se colidir com si própria em questão do amor, voltou também para rever o caixa-bonito-com-sua-metáfora-sobre-palitos-de-dente. Desta vez foi de ônibus, uma torrencial chuva lavava todo o Rio de Janeiro de leste a oeste refrescando os dias seguidos de calor intenso. Sabia que encontraria o caixa de cachos ensebados do rosto triangular e seus olhos nada perfeitos, sua pele parda suavemente bronzeada pelo mormaço, os dentes alinhados, o foco era os cachos preso a uma chuchinha preta.
Mal sabia seu nome como se apresentaria, não seria nada formal porque para ser formal no mínimo precisaria do nome dele e sua memória apenas sabia que de alguma forma Flora gostou do rapaz. E se ele fosse o rapaz errado? E se ele não gostasse dela? E se ele gostasse de outros rapazes e não de moças? Se ele fosse ela? Como lidaria com a negação dele por ele gostar de outros eles. Ou. Ele gostar de ficar com elas e eles ao mesmo tempo? Todos esses gêneros juntos perturbaram a mente da Flora. E se? E se? Frequentemente bombardearam sua mente.
Entrou na loja disfarçando evitando elevar os olhos em direção ao caixa pesquisou alguns livros no corredor de ficção, andou pelo corredor dos romances e depois os lançamentos. Uma hora teve que pagar. Mais ele não estava lá.
— Eu estive aqui há algum tempo atrás e trabalhava um rapaz de cachos ensebados. Ele esta?
— Bem, sou novo aqui não sei dizer ao certo.
— Tudo bem. Mas sabe me dizer se tem alguém antigo aqui?
— Sim, aquele, nome dele é Jonatas.
— Obrigado.
— Boa leitura.
—… — Sorriu educadamente.
Foi na direção do corredor de fantasia onde Jonatas tateava alguns livros lá e cá, Flora o chama uma vez, mais os fones de ouvidos estavam tão altos que era fácil ouvir o que ele estava ouvindo. Flora arranca seus fones.
— Wow!
— Ei, eu estava falando com você!
— Desculpa senhora… hum… desculpe chama-la de senhora. Senhora está no céu. Eu sei. — Ele sorriu desconfortável. — Você quer alguma sugestão?
— Eu quero o nome do rapaz de cachos ensebados que trabalhava no caixa há um tempo.
— Por quê?
— Sabe o nome dele?
— Sei, pow, é um parceirão meu.
— Ah, O.K.
— Chamamos ele de Romeo, mas seu nome mesmo é Alberto.
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