#Coluna da Mari: Só posso ser eu

 




        Ultimamente tem se falado cada vez mais em amor próprio. E acho bacana essa idéia, mas não de modo egoísta ou numa vibe "narciso"(como na tragédia grega). Mais do que aparência, tenho descoberto algumas coisas sobre o amor próprio que aos poucos me moldam e me ajudam a amadurecer e mudar meu olhar sobre os outros.

    Durante boa parte da minha vida tive vergonha do meu jeito, da minha personalidade, e agora que estou enfrentando isso, passando por esse desafio, queria ter no passado a percepção que tenho hoje. As pessoas não vão gostar de mim ou de como me comporto, e não tem problema nenhum.

    Não significa também não mudar os comportamentos e pensamentos errados mas que a primeira pessoa á qual devo pensar sou eu mesma. Aprender a apreciar minha qualidades, meus dons e etc, e reconhecer e aceitar meus defeitos, enfrentando e melhorando eles a cada dia.

    Tem certas características que não vou mudar, são intrínsecas de quem eu sou, e não posso viver com medo de não me aprovarem ou desejar ser outra pessoa, afinal, eu só posso ser eu. Em uma aula esta semana, uma professora disse uma frase interessante: "as pessoas vão te amar ou te odiar pelo mesmo motivo", e isso é verdade, já que o que gostam na gente pode ser um algo que outro odeie.

    Conforme o tempo passa, vou olhando para mim mesma com mais carinho, cuidado e gentileza. Sou minha primeira casa, e eu, particularmente como cristã, tenho o pensamento de que a única pessoa cuja outra validação preciso e cuja opinião vale é Jesus. Para você pode ser alguém querido, um amigo ou familiar, mas que esta pessoa seja alguém que te ame incondicionalmente e com a liberdade de pontuar suas falhas e erros com amor, e que seja recíproco.

    Quando temos esse olhar de carinho conosco, a vida começa a se tornar mais leve. Á certa altura percebemos que ainda que estejamos cercados, que falemos com mil pessoas o dia todo, no fim do dia é a gente pela gente mesmo, e o amor, antes de ser para os outros, primeiro precisa ser para nós, e eu quero ter um amor genuíno por mim mesma, mas um amor realista e sincero, e no dia a dia vou construindo isso, e me desprendendo das angústias da vida.

    Não tem sido uma jornada fácil, e muitas vezes me peguei desejando não ser eu, mas esse tipo de pensamento só envenena a alma, e cria terreno para outros pensamentos ruins. Isso também pode ser fruto da ansiedade, e o exercício diário do auto cuidado vai vencendo essas ideias erradas, e posso me sentir muito orgulhosa do meu progresso, afinal cada micro passo conta, e estou amando me sentir cada vez mais eu mesma a cada dia.




Comentários