Diário de uma escritora

                            Quando o avião pousou no aeroporto Cora Coralina, numa cidade próxima a Colina Azul o tempo estava nublado e garoando. O ânimo de Celina, que já quase não existia, reduziu á zero. Além da ideia de velar e enterrar seu único irmão, o pensamento de encarar Eva, sua mãe, a apavorava. Desde que saíra de sua terra natal o contato foi de esporádico a inexistente. Já com seu pai Gustavo, o contato já era um pouco mais frequente.               Para a família, sair da cidade era um sacrilégio, e Eva não lidou bem, em especial por acreditar nas lendas que circulavam de boca em boca, de que os de seu sangue era que mantinham a ordem da natureza, e Celina era uma espécie de herdeira de seu dom, e que tudo desandou um pouco quando a mesma partiu. Saindo do avião, ela continuou remoendo seus pensamentos, decidindo usar seu tempo de trajeto até a casa dos pais para pensar.          Conforme se aproximava, as árvores davam lugar as montanhas e as casas antigas e bem preserv

         O ano de 2021 foi um ano muito transformador para mim. Muitas coisas aconteceram e além dos efeitos da pandemia, o efeito da terapia e de muitas escolhas me fizeram mudar de opinião sobre a vida.  Acredito que já comentei sobre a terapia, e parece um tanto engraçado o quanto alguns meses e umas poucas sessões já me ajudaram. É claro que ainda estou no processo, mas tenho descoberto que nem tudo na vida é engessado: deste os nossos conceitos, até as relações familiares ou nosso estilo de vida.     Nós estamos, como diria Raul Seixas, numa "metamorfose ambulante", e sempre aprendo algo sobre nós, sobre a vida e reaprendendo também, o que é ótimo. É preciso estar disposto á isso, é uma coisa que pode ser dolorosa sim á principio, mas que nos dá um amadurecimento e até paz e apoio para tomar decisões melhores.     Até o dia que morrermos trilharemos esta estrada. Não sei quanto aos outros, mas eu estou disposta a nunca parar de me aprimorar e desvendar os caminhos de que